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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

As palavrinhas da Abeille

Agora já sei onde estava escondido em mim o dom da comunicação prometido ao meu signo. Sempre ficava intrigada porque esta é a característica predominante dos geminianos e eu nunca soube me expressar muito bem, exceto para os meus cadernos que ninguém jamais leria. Mas estava ali, na região do baixo ventre,  misturado à energia vital, transferido ao embrião que se instalou em mim 33 anos depois das estrelas traçarem meu destino.
Abeille nasceu pisciana, carregando em si um pedaço do meu signo. A menina aprendeu rápido a se comunicar e agora, aos 22 meses, fala pelos cotovelos. Frases inteiras. Tenho que contar sobre hoje para resumir um pouco do que tem acontecido por aqui. Quando saímos pela manhã, ela já apontou para o cabide dizendo Bôssa, mamãe, bôssa! (ela tem mesmo mania de repetir tudo no fim da frase). Era a bolsa dela. Precisava sair com a bolsa pendurada no ombro. Na volta do passseio, tentei abrir a porta que estava trancada. Ela se virou para mim e lançou: "Tá fechada, mamãe!" Mais tarde, no quarto, me gritou: "Mamãe, fez cocô!" Eu achei que estava ouvindo coisas. Daí a pouco de novo: "Fez cocô, mamãe!" Corri lá, porque tinha rolado mesmo. Depois na padaria, pedindo para olhar o menino. "Cadê menino, cadê?" Eu mostrei o garotinho a uns 5 metros de distância. No que ela respondeu: "O pequeninho, mamãe!" Era um menorzinho, montado numa bicicleta, que ela tinha interesse de olhar. Depois olhou em volta e deu por falta do pai: "Cadê papai?" Eu respondi que o papai estava no banheiro. Ela me olhou com aquele ar indagativo e mandou essa: "Foi fazer cocô?" Gente, eu não aguento!

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