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terça-feira, 19 de agosto de 2014

O vocabulário da Abeille

Abeille começou a falar cedo. Era pra ter feito esse post uns meses antes, quando as palavras ditas por ela ainda eram poucas. Era para listar o vocabulário dela em ordem cronológica. Eu não me lembro bem quando foi e nem exatamente quais foram suas primeiras palavras, mas além do tradicional Papa e Mamã, me lembro bem dela dizendo "ácu" para manifestar que queria mesmo beber água. Do "piiii-piii" imitando o bem-te-vi, "tau" para dar tchau e, um pouco mais recente, "apato" quando queria colocar o sapato para dar uma volta.
Agora, me perco na quantidade de morfemas, consoantes e vocábulos que ela consegue expressar. Aqui vão os mais engraçadinhos:
Sissi e cocô - já associando as palavras aos fatos
Uau! - toda vez que chega a refeição (essa é ótima!)
Au, miau, piu, quá e alguns outros sons de bichos, inclusive cantando nas músicas
Dizeum - pedindo para desenhar
Bigaca - agradecendo as coisas que recebe
Deptú - no caixa da padaria, respondendo à clássica pergunta do cartão visa
Labeia - um anagrama para 'baleia'
Puta - a menina desatou a falar essa palavra e me matava de vergonha. Estava pronta para ir à creche saber se alguém ensinava palavrões aos bebês, mas descobri a tempo: Puta é a frutinha de todo dia. No café da manhã, no piquenique, na feira: Puta, puta, puta. Saudável, não?

E os seus pequenos, quais são as gracinhas que eles aprontam?

domingo, 17 de agosto de 2014

O velho truque para a tosse noturna

Da última vez que eu levei Abeille ao pediatra, ela estava gripada com muita, muita secreção. Eu, mãe de primeira viagem e sem muitas referências por perto, não sabia a partir de que ponto deveria me preocupar seriamente com secreções grossas e esverdeadas. Saí de lá com um diagnóstico duvidoso de otite e a receita de um anitbiótico (pra garantir a "suspeita"médica de um "princípio"de infecção).
Mas o que me chamou atenção, foi a quantidade de remédios que ele prescreveu de uma só vez:

O antibiótico (ok, dei porque fiquei preocupada quando ele mencionou 'otite' - sei como pode ser dolorido. Ainda assim, fiquei contrariada, pois não havia sinal de febre na menina)
Rinosoro (ok, para hidratar, até aí vai, mas Abeille odeia, então, fiz duas vezes e só. Beber bastante água também resolve)
Vitamina C (pode ser acerola colhida no pé?)
Antialérgico (eu falei alguma coisa de alergia? O cara da farmácia me disse que era pra aliviar a tosse à noite, mas eu falei que tinha tosse?)
Xarope sintético (ué, antialérgico pra aliviar a tosse, xarope pra aliviar a tosse, eu disse que tinha tosse?)

Isso me fez lembrar o velho truque caseiro para a tosse excessiva. Aquela que deixa a criança (e os pais) passar a noite em claro: O lencinho com álcool no pescoço.
Eu ainda não fiz na Abeille porque ela nunca teve acesso de tosse. Mas percebi que muita gente não conhece esta técnica, que vem lá das antigas. Uma vez eu receitei pra filhinha de um colega que trabalhava comigo. Ele estava exausto e cheio de olheiras pois a menina tossia há dois dias a noite inteira e ninguém dormia. Ele veio me agradecer no dia seguinte, pois nenhum xarope fazia efeito. 
Claro que tosse persistente merece atenção. Mas quando já se descartou a hipótese de afecções mais sérias e trata-se somente de uma gripe comum, não vejo mal nenhum em usar o lencinho.
Meu pai colocava em mim quando eu era criança e eu continuo usando, até no marido. Sempre funciona! 
Trata-se de umedecer um lenço em álcool (de forma que ele fique molhadinho mesmo, cheirando a álcool) e enrolar no pescoço ligeiramente frouxo pra não incomodar na hora de dormir. O lenço logo vai ficando quentinho na temperatura do corpo e o cheirinho de álcool alivia mesmo a tosse. É um paleativo. Ajuda a dormir, mas pode ser que depois de sumir o cheirinho, a tosse volte. Mas isso costuma acalmar a tosse por cerca de 4 horas. 

Voltando ao resultado de nossa visita ao médico: O antibiótico eu ganhei (amostra grátis - do tipo 'se gostar pode comprar de novo') e fiz o tratamento até o último dia, como tem que ser. Soro eu tinha em casa. O resto da receita eu amassei e joguei fora. Com consciência leve. Ela continuou dormindo bem, pois não apresentava nada além de secreção verde escorrendo pelo nariz. E uma semana depois estava espoleta e forte feito um touro.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Carregando o lixo com a mamãe

Eu sempre faço comparativos de como as coisas vêm mudando desde que a Abeille nasceu. Acho que isso me dá segurança de que cada fase será mais tranquila que a outra.
Quando a Abeille tinha 20 dias, eu saí do conforto da casa da mina mãe e voltei para minha casa em "Serra Pelada", onde não havia ninguém para me ajudar, além do marido nas horas de folga. Assim, eu saía com ela para fazer quase tudo que fosse necessário para levar a vida normalmente. Por exemplo, no supermercado, no início era com sling, para pegar os produtos e o dinheiro na bolsa. Às vezes uma alma caridosa que estivesse na fila do caixa me ajudava neste processo. Depois, quando ela ficou mais firmezinha, podia carregá-la sem sling, o que tornava o movimento mais rápido de descer do carro, comprar, pagar e voltar a colocá-la na cadeirinha. Depois, fazer as compras com ela já sentadinha no carrinho (parecia uma cena meio asiática) e finalmente com ela empurrando o carrinho para mim. No restaurante, no início ela deitada no bebê conforto em cima da mesa. Depois, comendo, sentada em seu carrinho. Agora, comendo sentada no cadeirão. Não que seja sempre previsível. Às vezes as coisas saem do controle.
Como por exemplo, carregar o lixo. Temos que caminhar 6 blocos de prédio para jogar o lixo fora. Pra você ver a situação precária do condomínio! No começo, eu a carregava no colo, juntinha de mim e o lixo na outra mão, sempre com muito cuidado em afastar um do outro (o bebê do lixo). Teve vez que saí de vestido e o vento levantou minha saia, mostrando minha calcinha. Veio vizinho bem intencionado se oferecer pra levar o lixo para mim.
No caso do lixo, eu agora entrego a ela a sacolinha de reciclados (que é leve e limpinha) e eu levo o lixão hardcore. Vamos caminhando juntas e eu contando os blocos. Passaram-se 3, estamos quase lá. Menos tempo que eu terei que carregá-la no colo, caso ela não resista chegar até o fim. Às vezes ela resolve jogar o lixo no chão e fazer birra. Ou uma vez que saiu correndo de volta para casa e me fez voltar todos os blocos para depois novamente voltar a caminho do lixo com ela no colo (e as sacolas de lixo na outra mão - né fácil, não!) Dessa vez, empacou quando viu um carro chegar. Era um tipo boa-pinta, chegando de óculos escuros e tal. Dei uma olhadinha discreta e chamei Abeille: "Vamos, filha, leve o lixo, vamos!" E ela ali, parada olhando o carro. Deu tchau e eu disse, Ok, deu tchau, vamos embora. Nada. Mais um tchau. Eu, que saí descabelada e desgrenhada já estava um pouco envergonhada. "Ok, agora vamos." Mandou beijo. Puxei a criança pela mão tentando disfarçar. Ela largou a minha mão e continuou mandando beijo. E mais um. E mais um. E mandou dezenas de beijos sem parar.
Eu não me contive. A essa altura desatei a rir. Eu ali, com sacolas de lixo na mão e essa criaturinha pequena extremamente sociável fazendo amizade com o vizinho charmoso. Ah, eu mereço!

domingo, 3 de agosto de 2014

Os monstrinhos atrapalhados

Hoje o sol voltou! Tenho a sensação de estar voltando com ele. Depois de alguns dias de frio de lascar, a temperatura está finalmente tornando a subir. Isso me deu uma vontade louca de ir para a piscina à uma da tarde e ficar torrando no sol. Luxo que não pertence às mães sem babá-tia-avó pra tomar conta da criança. Dessa forma, o pai teve que ficar com Abeille em casa, enquanto eu aproveitei meu momento me & myself para tomar uma cervejinha com os amendoins à beira da piscina. Sozinha.
De noite, teve peça infantil aqui em Serra Pelada. Animei de ir, desta vez, somente eu e Abeille, para dar sossego ao pai. Não foi exatamente a primeira experiência da criança no teatro. Aos seis meses ela foi assitir Casa Grande & Senzala comigo. Mas ainda não entendia. Era no colinho, mamando ou se contorcendo para descer do colo. Não conseguia fixar a atenção por mais que dez minutos.
Por isso, fiquei impressionada com o comportamento dela hoje. 
A princípio, achei que eu tinha errado na escolha da peça (como se eu tivesse alguma outra opção para escolher). Os monstros riam e gritavam para assustar criancinhas. Ela ficou um pouco tensa logo que começou. Eu sentia os musculozinhos das costas retesados. Mas depois de uns 10 minutos, já estava muito à vontade. Relaxou no meu colo e assistiu a tudo muito compenetrada. Bateu palminhas ao ritmo da música, aplaudiu entusiasmada ao final da peça. Foi lindo de ver!

sábado, 26 de julho de 2014

In-metro

Eu penso na criança que só pode brincar com o que é certificado pelo INMETRO.  Ela não poderá tocar nas plantinhas do quintal. Planta tem espinho, tem lagarta queimadeira e tem sumo venenoso. Além de ter a terra por perto, elemento quase mortal. Ela também não vai poder andar no piso de cimento. Piso áspero rala o joelho. Ela raramente irá sentir nos pés a areia da praia. Areia tem bicho geográfico.
Focinho de cachorro nem pensar, de gato então, Deus me livre! Se tomar uma lambida, Deus nos acuda, melhor passar água sanitária e álcool 70. Que é para desinfetar. Pra garantir, use antibiótico.
A bicicleta vem a tempo. Presente de Natal. Bicicleta não pode faltar. Família sem bicicleta no natal é uma instituição falida. Bicicleta tem selo do INMETRO? Não sei, mas é melhor que seja nova, para não correr o risco de apresentar um arame enferrujado. Por via das dúvidas, que seja usada somente em ocasiões especiais, quando todas as condições estiverem favoráveis. Quando houver alguém pra tomar conta, quando não houver pedra no caminho e nem buraco na estrada.
Criança bem protegida não brinca com bola de gude, concha do mar, nem pipa feita em casa e nem sopra bolinha de sabão na folha de mamão. Nada disso tem selo, não senhor! Tristeza maior é da bailarina na caixinha de música da avó, que não pode mais rodopiar ao alcance das mãos. Foi contrabandeada do mercado chinês e não ganhou certificação. Melhor manter distância.
 Mais seguro é passar a manhã  sentado em frente à TV de última geração. Para evitar subir em árvores e cair do galho. Galho ainda não foi certificado pela marca. Molecagem também não.


Bebê sem firulas – por um mundo com menos regras e mais molecagem.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Pão de queijo de inhame

Continuando a minha busca por lanchinhos saudáveis para a pequena Abeille, encontrei mais esta receita de pão de queijo que leva inhame para dar liga.
Achei super saudável porque fica mais carregado no carboidrato, sem usar tantos farináceos, além de enriquecer o pão com ferro, cácio, vitamina B5, dentre outros.
Eu adorei mexer nesta massa. Não fica grudenta, faz as bolinhas de forma fácil, fácil, rende duas dúzias de pãozinho. Eu congelo a metade para ir mandando para a creche durante a semana. Perfeito! A receita que eu usei foi retirada do site da GNT:

Ingredientes:
2 inhames grandes (em purê)
1 ½ xícara de chá de polvilho doce
1 xícara de chá de polvilho azedo
½ xícara de chá de óleo de canola ou azeite
50g de queijo parmesão
Sal a gosto

Modo de preparo:
Misture todos ingredientes secos, inclusive o sal. Acrescente o óleo ou azeite aos poucos, formando uma farofa. Por último, adicione o purê de inhame devagar, até que se forme uma massa uniforme que não grude nas mãos. Faça bolinhas com esta massa e disponha numa assadeira previamente untada com um fio azeite. Asse a 200ºC por 30-40 minutos.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Tudo em seu lugar

Abeille, com um ano e quatro meses já tem mania de organização.
Aqui, tenho visto os reflexos da arrumação em casa: Um fantoche na gaveta do escritório, uma escova de dentes na caixinha de remédios, um colírio caríssimo na lata de lixo - essa foi imperdoável!